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A qualidade dos recursos humanos de uma empresa é um dos principais fatores de seu sucesso ou fracasso. Infelizmente alguns processos de recrutamento ainda realizam a seleção de empregados pensando naqueles com baixas pretensões salariais sem oferecer posteriormente oportunidades de capacitação para melhorar o desempenho nas atividades exercidas.

Em 2015, em uma pesquisa realizada pelo Fórum econômico mundial , o Brasil ficou em 78º lugar na qualificação de mão de obra dentre os 124 países pesquisados e em 15º da América Latina.

Os fatores analisados foram educação, distribuição da mão de obra, mercado de trabalho, percepção de negócios e treinamento das empresas, entre outros.

A Federação das Indústrias do Rio realizou uma pesquisa em 2016 com  aproximadamente 600 fábricas no Brasil e, apesar da crise, 60% delas têm intenção de aumentar o quadro de funcionário, no entanto 53% dessas empresas tentaram e não conseguiram preencher os postos de trabalho disponíveis nos últimos meses. Essas vagas ficaram ociosas por falta de pessoal qualificado.

A falta de competência profissional dos trabalhadores é uma das razões para a baixa produtividade no trabalho. A falta de qualificação também diminui consideravelmente o tempo do trabalhador no mesmo emprego. 

Embora seja de conhecimento de todos que os resultados de uma empresa estão diretamente relacionados à capacidade de seus profissionais, são poucas as organizações que priorizam a busca de um quadro técnico de excelência.

Habitualmente num processo de recrutamento e seleção, as pessoas com poucas ambições salariais são melhores “candidatas” do que as que têm maior qualificação, já que isso influencia diretamente no valor de salário pretendido.

Várias questões tem que ser pesadas antes de se optar por profissionais com baixa qualificação. Empregados qualificados dão agilidade à execução de tarefas, contribuem com a multiplicação de conhecimentos, propõem soluções para problemas decorrentes de processos mal desenhados.Ou seja, valem o investimento feito.

No caso da empresa incorporar uma pessoa menos qualificada no seu quadro de empregados, haverá maior probabilidade de atividades serem refeitas diversas vezes, consequentemente o tempo de execução aumenta e a produtividade cai. No caso de pessoas sem qualquer qualificação, ainda há o risco de insatisfação do contratante e consequente demissão do empregado implicando em gastos com rescisão contratual e com um novo processo seletivo .

Por isso, a equipe de gestão de pessoas envolvida nesse processo deve ter consciência do que a empresa precisa para oferecer um diferencial no seu negócio independente do trabalho dela. É importante ficar atento ao processo de recrutamento, seleção e capacitação dos empregados. Empregados capacitados serão o diferencial para execução de atividades e a oferta de capacitação pode ser outro diferencial para o candidato que pretende trabalhar nela.

Algumas empresas preferem formar seus empregados evitando assim, vícios adquiridos em outros locais de trabalho. Caso a empresa opte por contratar pessoal sem experiência deve pensar em investir em capacitação. O retorno do investimento(ROI) é alto, mas é bom lembrar que o dinheiro deve ser gasto com quem vale a pena, ou seja, aqueles que participam de programas de capacitação devem ter capacidade de absorver o aprendizado e até disseminá-lo para gerar o resultado esperado. Identificar um profissional com esse perfil deve também estar na mente dos recrutadores na ocasião da seleção. Lembre-se que o resultado de um empregado capacitado retorna rapidamente para a empresa o valor por ela investido.

Não é possível mensurar com precisão o retorno do investimento sobre uma capacitação. Há fatores mensuráveis como o aumento da produtividade e diminuição do absenteísmo, mas há outros fatores, como ganho de motivação, que são intangíveis.

Para mais precisão na mensuração de resultados e melhorias, é necessário consultar as pessoas diretamente responsáveis para saber se mediante observação as competências dos subordinados foram desenvolvidas. Pode-se aplicar testes (avaliação de aprendizado), ou verificar se tarefas/atividades estão sendo melhor executadas (avaliação de indicadores).

A utilização de técnicas de mensuração do ROI pode servir para embasar  futuros investimentos num programa de treinamento. É sempre aconselhável ter alguma medição de resultado ainda que possa não ser 100% precisa.

Fonte: Autora: Nidia Caldas – Analista do Sebrae

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